Gente do céu! Magnificat! Esse causo é verdadeiro e aconteceu em Salvador, na época da Faculdade. É claro que vou contar o causo, mas não vou contar o nome do Santo. É que hoje trata-se de proeminente figura do meio jurídico sideral... além do quê ainda é um grande amigo.
Para deixar bem claro a todos é preciso dizer que na época da Faculdade viajávamos bastante. Os Encontros Nacionais de Estudantes de Direito – ENED´s e mesmo os Encontros Regionais de Estudantes de Direito – ERED´s, eram eventos aos quais a Delegação de Mato Grosso nunca faltava, embora tenhamos chegado em um com uma semana de atraso(ENED de Tramandaí/RS).
Mas nesse de Salvador ocorreu um fato insólito: um quase-afogamento. Esse quase-afogamento só não aconteceu pela presença de espírito do amigo Seba(ilustre causídico Sebastião).
Mas vamos à cena. O fato ocorreu quando eu, Seba e o quase-afogado, amigos inseparáveis em Salvador, fomos para a praia, juntamente com alguns ouros integrantes da nobre delegação de Mato Grosso ( em um momento de lazer, fora das discussões temáticas). Paramos numa tal de Praia do Sesc. Logo fomos informados de que se tratava de uma praia de surfistas, com mar agitado e profunda. Em cuiabanês: Tcheia de onda e não batia pé!!!
Forante Seba, que já havia estado no litoral, confesso que eu e o quase-afogado - ele recém egresso do bairro “Wednesday” (quarta-feira, também cognominado Alvorada) -, nunca havíamos visto mar na vida. Tanto que entramos, com porte de surfista e corridinha de propaganda de dentifrício, mas na verdade estávamos mesmo é nos pelando de medo daquele açudão...cepo do açudão...burro do açudão!!!
Depois da corridinha. Ah! Claro. Antes da corridinha do quase-afogado, vale a pena explicar que ele havia emprestado uma sunga do Seba. A mesma sunga, aliás, que o Seba havia emprestado de seu pai, o grande médico cuiabano, infelizmente já falecido, Dr. Artaxerxes, que era um homem de grande porte físico. Já o quase-afogado, à época, detinha aquele porte um tanto quanto “esmilinguido”, como se diz no cuiabanês. Em resumo, o sungão ficou sungão mesmo: “R E D Í C U L O!” E a corridinha foi anssim meio trupicano, meio segurando a sunga. Abordado o mar, para ficarem poéticas as braçadas de nadadores de córgo(esticando o pescoção em busca do Saran), eis que percorremos uns trinta metros. Legal, mas... e prá voltar xamêgo? Eu testei o pé... e não dava pé...comentei com os amigos: gente do céu! Aqui é fundo pra dedéu...mais fundo que o açude do Cedral! Vamo Voltá!
Nesse momento já deu para sentir o olhar de desespero do quase-afogado. Mas mesmo assim voltamos, naquele nado harmonioso só mirando a areia e mandando ver. Valia estilo catchorrinho, valia de um tudo pra sair dali. Mas mar, o sinhó sabe como que é....vc nada, nada, nada e....nada! Não sai do lugar! Mas eu e Seba até que conseguíamos avançar. O problema ficou sendo o quase-afogado. Ele desesperou, coitado, porque o nado cachorrês dele não dava nem pra sair...E, Seba disse: pelamadrugada! Ele desceu! E o quase-afogado desceu uma vez, já meio que revirando os olhinhos...Desespero total. Eu me postei em sua direção, mas Seba alertou: larga dele que ele vai grudá em você e vão vocês dois pro fundo! E o quase-afogado desceu novamente, meio gorfano. Nessa segunda, já foi dando o desespero ni nóis...num tem quando o povo afoga e até levanta o bracinho com o indicador pra cima? Meio que indicando o lugar que ele tá afogando? Pois então...a segunda gorfada já teve dedinho pra cima....Mas aí que eu falo pro sinhó: tem que tê tutano! E boa idéia! Ali perto da gente tinha um pré-adolescente com uma prancha dessas de bóri bordi. E foi a salvação! Seba tirou o menino da prancha, ou melhor, Seba tomou a prancha dele e jogou para o quase-afogado. E assim, depois de bastante tempo batendo pé e se apoiando na prancha de bóri bordi esse abnegado esportista do bairro wednesdey chegou até a areia. Só ficou meio chato no final, pois mesmo na areia, a salvo, ele grudou na prancha de bóri bordi. Estava em pânico. E o menino tentando retomá-la, impaciente, puxando ela por um lado e o quase-afogado “gatanhando” a prancha do outro...Esse fato realmente marcou a nossa estada em Salvador. Tem outras histórias, mas como uma delas aconteceu comigo, os outros se quiserem que montem um blog....Cruz credo! magnificat!
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